PARABENIZAMOS DANIEL REVERENDO PELO LANÇAMENTO DO SEU DISCO, QUE ESTÁ MUITO BELO!
ESTE É MAIS UM MATERIAL DE EXTREMA IMPORTANCIA PARA O SAMBA DE SÃO PAULO E SUAS MANIFESTAÇÕES TRADICIONAIS.
COM PARTICIPAÇÕES ILUSTRES DE FIGURAS COMO DONA ANECIDE TOLEDO E SEU ROMÁRIO, BATUQUEIROS DE CAPIVARI, OSVALDINHO DA CUÍCA COM SUA CAIXA DE ENGRAXATE, AS FILHAS DO SEU BENEDITO, MESTRE DA CONGADA DE COTIA, ENRIQUECENDO O CORO, COMUNIDADE DO JONGO DE GUARATINGUETÁ, COM UMA DIREÇÃO MUSICAL DE COMPETENCIA DE PAULO DIAS.
O PARABENS DO PARANAPANEMA AOS AMIGOS DO CACHUÊRA!, E AO DANIEL COM SUAS BELAS COMPOSIÇÕES!
Sobre Daniel Reverendo (Trecho do texto de abertura do CD reverendo tambores do sudeste, por Paulo Dias)
“Foi no Bairro do Limão, onde laranja não entra, que Daniel Toledo ingressou na escola desta vida, correndo as ruas da Vila Carolina pra visitar os primos no Navio Negreiro, reduto negro do bairro batizado com o nome de triste lembrança. Filho de pastor evangélico, converteu-se ao samba no dia em que pisou na quadra da Portelinha. E na Rosas do Ouro recebeu sua ordenação como Reverendo.
Foi lá que o encontrei, no ano de 1991, trajado com grande apuro, para juntos organizarmos o coral da ala das baianas. Logo compreendi tratar-se de um embaixador, um chanceler da sua escola e do seu povo negro da periferia, dono de um refinamento intelectual e de uma poesia no falar que me cativaram e conquistaram para sempre.
O coral durou pouco, porém não a amizade. E as parcerias. Da Cachoeirinha, o Reverendo pulou pro Cachuera!, grupo então nascente que se reunia sob as árvores da USP, ao pé da fogueira, para pôr em prática aquilo que aprendíamos em viagens de campo às comunidades negras da nossa região Sudeste: tocar o tambor, cantar o canto e dançar a dança, e, acima de tudo, respeitar e meditar sobre os mistérios da arte espiritualizada africana que irriga corpo e alma do ser brasileiro.
Esse laboratório vivo, a ingoma Cachuera!, foi outra etapa iniciática na vida do nosso artista. Em visita à comunidade do Batuque de Umbigada em Tietê, Daniel Reverendo se descobre parente de Rei Domingos Arruda, maior compositor de modas da região, então com 103 anos de idade. Tendo recuperado sua ancestralidade familiar e artística, partiu para uma nova viagem, junto aos companheiros do Cachuera! : trazer a fala afrosudestina para a música que almejávamos. Não se tratava de tentar transplantar raízes, mas de fazer brotar mudas novas, em solo urbano e cosmopolita, a partir do humo fértil da tradição afrobrasileira.
Esse processo, Daniel Reverendo o encarnou como ninguém. Junto ao nosso rei e conselheiro Matusalém Silvério, multi-artista negro que hoje nos observa e guia do alto das claridades d ‘Aruanda, Daniel começa a compor modas de Batuque, pontos de Jongo e cânticos de Congado, num brotar continuo que perdura até hoje. As músicas deste CD constituem apenas uma pequena - porém significativa - amostra de sua produção. Algumas de suas canções já foram gravadas em disco, e apresentadas até na Europa pelo compositor”.
AXÉ
SALVE BENEDITO
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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